O Fórum de Justiça Climática debate em Belém ‘Periferias, florestas e futuros do Sul Global’
Nos dias 16 e 17 de outubro de 2025, o Museu das Amazônias, localizado em Belém, no Estado do Pará, foi palco de um evento de grande relevância: o Fórum de Justiça Climática. Este encontro, realizado em parceria com o Museu das Favelas de São Paulo, propôs um espaço de reflexão e diálogo sobre questões urgentíssimas como o racismo ambiental, a cultura e a sustentabilidade. Ao reunir lideranças comunitárias, artistas, comunicadores e pesquisadores, o Fórum consolidou-se como um importante polo de discussão sobre os desafios enfrentados pelo Sul Global diante das crises climática e ambiental.
Objetivo e Importância do Fórum
O tema central do Fórum foi “Periferias, florestas e futuros do Sul Global”, ressaltando a interconexão entre as comunidades que habitam as zonas periféricas urbanas e as florestas que compõem nossa biodiversidade. Neste contexto, a urgência de tratar temas como mudanças climáticas e suas implicações socioambientais se torna ainda mais evidente. O evento visou dar voz a quem, muitas vezes, fala à margem dos grandes debates, trazendo à tona a importância da inclusão das perspectivas locais nas discussões globais.
A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, foi um dos destaques do painel sobre arte, cultura e imaginação, onde enfatizou a cultura como um potente instrumento de transformação social. Dessa forma, o Fórum não apenas discutiu, mas também promoveu uma série de reflexões sobre como a arte e a cultura podem ser aliadas na luta por justiça climática. “São espaços riquíssimos que qualificam nossa fala, nosso protagonismo e nossa luta pela justiça climática e ambiental”, disse Ursula, ressaltando a relevância do local na formação de um pensamento crítico sobre os atuais desafios.
Tópicos em Debate: Arte, Cultura e Sustentabilidade
Um dos pontos altos do evento foi a discussão em torno da colaboração entre arte e conscientização ambiental. Com o aumento das crises climáticas, as relações entre as obras de arte, a cultura popular e as lutas sociais ganham novas dimensões. Diversas iniciativas estão surgindo para recriar espaços que não apenas acolham, mas desafiem essas narrativas. Artistas e comunicadores presentes no evento compartilharam suas experiências de como a arte pode se tornar um canal para promover a justiça social e ambiental.
Ana Luiza de Araújo, integrante do Movimento Tucunduba Pró Lago Verde e moradora do bairro da Terra Firme, também fez questão de ressaltar a importância de integrar as questões periféricas na agenda ambiental. “Vejo esse espaço como fundamental para que a gente possa trazer nossas pautas ambientais e periféricas, como as que ocorrem no bairro da Terra Firme”, destacou Ana, reafirmando a necessidade de participação ativa nas discussões que afetam diretamente suas comunidades.
Além disso, a artista Ivy Sophia reforçou que o debate precisa ser levado para as comunidades mais afetadas pela degradação ambiental. “É importante que a gente leve essa discussão para as pessoas mais afetadas, que vivem nas periferias. Esse debate é urgente e diz respeito a todos nós”, frisou Ivy, sublinhando a necessidade de um diálogo inclusivo e que traga à tona as vozes silenciadas.
Parcerias e Apoiadores do Evento
A realização do Fórum de Justiça Climática foi apoiada por diversas instituições. O Museu das Amazônias, que integra o Complexo do Porto Futuro em Belém, contou com uma significativa parceria do Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, além de contar com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa cooperação entre órgãos públicos e iniciativas privadas é um exemplo de como a mobilização conjunta pode resultar em um espaço que não só abrigue exposições, mas também promova o debate e a pesquisa sobre os futuros possíveis para a Amazônia e suas comunidades.
Gestores e pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi também estiveram presentes, contribuindo com seus saberes sobre a rica biodiversidade da Amazônia e as implicações das mudanças climáticas. O encontro no Museu não apenas trouxe à tona problemáticas locais, mas serviu como um estudo de caso de como a cultura e a ciência podem e devem dialogar para gerar soluções incontestáveis às dificuldades enfrentadas na região.
Reflexões sobre o Sul Global e as Desigualdades Ambientais
Um aspecto vital abordado durante o Fórum foi a discussão sobre as desigualdades ambientais. Com o avanço do aquecimento global, as regiões menos favorecidas economicamente são as que mais sofrem com as várias consequências, como desastres naturais, escassez de recursos e perda de biodiversidade. Essa realidade ilustrada no Fórum nos convida a refletir sobre o significado de justiça climática e sua íntima relação com a equidade social.
Jairo Malta, curador do Museu das Favelas, trouxe uma visão enriquecedora ao afirmar que a parceria do evento amplia o diálogo entre diferentes territórios do Brasil. “Favelas, baixadas e comunidades unem o Norte e o Sudeste como territórios periféricos e marginalizados, presentes tanto na Amazônia quanto em São Paulo e no Rio de Janeiro”, afirmou. Essa perspectiva destaca não apenas as semelhanças, mas também a diversidade das lutas enfrentadas nas várias dimensões socioambientais.
Sobre o Museu das Amazônias
Inaugurado recentemente, o Museu das Amazônias é um espaço que se propõe a abrigar exposições, debates e estudos sobre a Amazônia, oferecendo um local acessível para a população. Com uma programação intensa de atividades voltadas para educação e conscientização ambiental, o Museu reflete o compromisso com a preservação e a promoção da cultura amazônica. Suas exposições incluem o renomado trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado e outras iniciativas que visam promover o conhecimento sobre essa rica herança cultural e natural.
Além disso, o espaço funciona como um centro de pesquisa a respeito das questões climáticas e ambientais, permitindo uma formação multidisciplinar que abrange desde a ciência à arte, impulsionando a construção de um futuro mais sustentável para a região.
Perguntas Frequentes
Como o Fórum de Justiça Climática contribui para a discussão sobre justiça racial e ambiental?
O Fórum foi um espaço de diálogo onde foi possível abordar questões relacionadas a como o racismo ambiental impacta as comunidades periféricas. Através de debates, as vozes dessas comunidades puderam ser ouvidas e integradas nas discussões sobre justiça climática.
Quem pode participar das atividades do Museu das Amazônias?
Todas as atividades do Museu são abertas ao público, com entrada gratuita. O espaço foi projetado para acolher todos os interessados nas questões climáticas, culturais e sociais.
Qual é o horário de funcionamento do Museu das Amazônias?
O Museu funciona de quinta a terça-feira, das 10h às 18h, encerrando a entrada às 17h. Às quartas-feiras, o espaço permanece fechado para manutenção.
É possível agendar visitas em grupo para o Museu?
Sim, o Museu das Amazônias oferece a possibilidade de agendar visitas em grupo. É recomendável entrar em contato diretamente com o Museu para tratar desse tipo de agendamento.
Qual é a importância da parceria entre o Museu das Amazônias e o Museu das Favelas?
Essa parceria possibilita a troca de experiências e amplia o diálogo sobre as lutas comuns das comunidades periféricas, servindo como uma plataforma que enriquece as discussões sobre sustentabilidade e justiça climática.
Como posso apoiar as atividades do Museu das Amazônias?
Existem diversas formas de apoio, desde visitas frequentes até a divulgação das atividades do Museu nas suas redes sociais. Engajar-se em discussões e pesquisas sobre os temas abordados também contribui para a causa.
Conclusão
O Fórum de Justiça Climática debate em Belém ‘Periferias, florestas e futuros do Sul Global’ não apenas foi uma oportunidade para discutir questões cruciais e urgentes relacionadas à justiça climática, mas também uma celebração da cultura e resistência das comunidades que habitam as periferias. Através de arte, comunicação e diálogo entre diferentes setores da sociedade, é possível criar um espaço rico em ideias e soluções inovadoras para enfrentar os desafios de um mundo em constante transformação.
Este evento marca um novo capítulo sobre como as Amazônias e seus povos podem ser partícipes ativos nas definições de um futuro mais justo e sustentável. A parceria entre diversas instituições e a mobilização da sociedade civil é um exemplo poderoso de que a união de esforços pode gerar resultados significativos em tempos de crise.
Olá, eu sou Bruno, editor do blog QualificaSP.com, dedicado ao universo da capacitação profissional e do empreendedorismo.